quinta-feira, 15 de março de 2012

A EROSSOCIEDADE NOSSA DE CADA DIA...



Olá Keridos!
Ao pensar sobre o que escrever especificamente para o post desta semana muitas ideias me vieram à mente. Mas posso lhes dizer que decidi na segunda-feira passada, de uma forma bem simplória, diga-se de passagem, enquanto assistia à TV. E não era apenas TV, mas um clipe de música no canal VH1 (ou VHS, ou VHN, sei lá...) da TV por assinatura aqui em casa. A música? International Love cantada pelo Chris Brown com participação do Pitbull (não sei se você os conhece ou se já ouviu falar... Se não, não sabe o bem que está fazendo a si mesmo...!!! Esse último eu sequer sabia que existia pra você ver como eu sou antenado nesse “mundeco”...). Algo me chamou atenção em meio a isso tudo. Obviamente não foi a música, muito menos a qualidade vocal ou artística (???) deles dois. Extraí dali uma reflexão que não queria me abandonar e veio ao encontro do assunto de hoje.
É claro que duvidei se era sobre isso mesmo que iria escrever. Mudei de canal! Fui parar no Multishow. Não porque eu goste ou aprecie, mas porque é próximo aos canais de séries e eu estava naquele momento de #deixaeuveroquetemdebomnaTV, mudando de canal como algumas celebridades (e subcelebridades) mudam de companheiros em seus relacionamentos amorosos. E com o que me deparo? Com outro programa de clipes de música. Dessa vez, o clipe era protagonizado pelo Bruno Mars (outro também que, se ouvi falar, foi apenas uma vez na vida...) cantando “It will rain” (ou coisa parecida). Aí, você deve estar pensando, “Ele vai falar de música? De artistas não cristãos?” ou, então, “Aonde ele quer chegar com isso?”. Bem, quero deixar bem clara uma coisa: se antes eu estava com dúvida se deveria escrever sobre o assunto deste post, o último clipe confirmou a minha vontade. Vou explicar por quê.
Há um elemento comum em relação aos dois clipes o qual não pude deixar de perceber, embora ele possa passar despercebidamente: enquanto as letras das músicas falavam de AMOR / RELACIONAMENTOS AMOROSOS, as cenas expressavam SENSUALIDADE / INCITAÇÃO AO SEXO. Nada mais natural quando se fala em amor e em relacionamento homem-mulher, não? Será mesmo?!
Isso me levou a observar com um olhar bem mais apurado as práticas sociais que vivenciamos e experimentamos no dia a dia na nossa sociedade contemporânea. Se quisermos entender determinados comportamentos, precisamos perceber e analisar a cultura que nos rodeia. Vivemos numa cultura pós-moderna em que a busca pelo significado e razão de ser é parte da nossa existência e cada um de nós tem a interpretação ou resposta adequadas para as nossas necessidades. Jamais tal interpretação é “correta” ou “errada”, mas apenas “mais correta” ou “menos errada”, podendo, perfeita e flexivelmente se adaptar às nossas conveniências que os pós-modernos consideram como opiniões, estilos de vida, necessidades, ou seja, sua e minha “verdades”. Vejamos o que escreveu o Pr. Ted Ternau a respeito da cultura popular e sua influência na vida social como um todo:
A cultura popular não funciona empurrando uma mensagem, mas apelando para a imaginação. Um programa de TV não passa simplesmente uma mensagem, tipo ‘A vida não tem sentido, então se divirta enquanto pode’. Pelo contrário, ele conta uma história em que alguém descobre a ‘verdade’ dessa mensagem [...] A cultura popular funciona indiretamente, sugestivamente, não como um slogan de campanha política, mas como uma poesia ou uma canção. Ela te atrai e entra em você.1
A última frase dessa citação é chocante e, ao mesmo tempo, realíssima. Não acredita? Façamos, então, uma pequena confirmação. Meu amigão!!! É... você mesmo que está aí agora lendo este post. Quantas vezes já se pegou sonhando com aquela “mina cachorrona” objeto de desejo de geral que você conhece? Pode ser uma atriz, cantora, sua vizinha, colega da escola ou faculdade, amiga de trabalho ou aquela mulher que você ficou contemplando nas revistas masculinas ou nos filmes (não necessariamente eróticos)? Nunca aconteceu? Dê glórias a Deus por isso, amigão, porque você é “algo raro”!
E você, minha cara amiga!!! Quantas vezes já não se pegou sonhando acordada com o “homem de sua vida”: aquele verdadeiro gentleman que, basta apertar o botão, e você o tem agindo como o lindo galã protagonista da última comédia romântica sucesso de bilheteria. E olha que ele já é isso tudo pra você sem expressar nenhum temor ao Nosso Amado Pai... Que dirá se fosse aquele varão fervoroso do mistério??!!! Hein, hein??? Nossa! Seria “amor à terceira vista” né não??!!
Querendo ou não, somos assaltados por sentimentos, imaginações, sensações, muitas das vezes, sem o nosso “consentimento”, mas que permeiam o nosso universo mental. Por quê? Porque o nosso subconsciente também trabalha. E uma das formas pelas quais ele diz pra mim e pra você, “olha, eu existo!”, é trazendo a nossa mente, nas situações mais inesperadas, flashes, imagens, mensagens que são resultados da nossa exposição aos mais diversos estímulos do dia a dia. Então, você para e pensa: “quanto mais estimulado sou, mais sujeito estou a me deparar com tais elementos tanto em nível consciente como no subliminar, certo?”. Certíssimo, meus caros e minhas caras!!!
Agora para pra pensar no meio de que você faz parte. A qual tipo de influência você está sujeito ou sujeita? O que você pode fazer para não ser afetado ou afetada? Será que tem como ficar isento ou isenta disso? Tenho uma resposta pra você que pode lhe soar um pouco desagradável. Em primeiro lugar, vivemos numa sociedade decaída moral e, sobretudo, espiritualmente. E, de todas as ruínas dessa sociedade, a que está mais presente, e é cada vez mais crescente, é a sua dimensão erótica. Isso mesmo! Vivemos numa sociedade altamente EROTIZADA!!! Não é à toa que o título desse post a caracteriza como “Erossociedade”.
O meu amigo e companheiro para momentos de obscuridade intelectual – Aurélio Buarque de Holanda – descreve erótico como “1. Relativo ao amor. 2. Sensual, lascivo2. É óbvio que a definição que se aplica ao que estamos discutindo é a segunda. Considerando que o mesmo Aurélio considera sensual aquilo que possui luxúria e esta está relacionada à lascívia a qual, nas palavras de Paulo, faz parte da nossa natureza terrena e provoca a ira de Deus (Colossenses 3: 5 e 6, versão Almeida Revista e Atualizada – ARA), acredito que não temos muito o que comemorar em relação às influências que o comportamento social dominante exerce sobre nós.
Ao me deparar com os dois clipes, fui despertado para essa discussão. Para onde olhamos, “vemos” sexo: nos outdoors de lingerie, de roupas, de cerveja; nas meninas e mulheres seminuas andando pelas ruas; nos sites que divulgam resultados das tabelas de campeonatos de futebol; sem falar nas novelas, filmes, reality shows (na verdade, existem realities cuja proposta é trocar casais com o consentimento um do outro para se relacionarem sexualmente). Se queremos aguçar nossos ouvidos em vez dos nossos olhos, esbarramos em letras poéticas misturadas às harmonias melódicas de composições musicais que exaltam o sexo livre, libertino, sem compromisso, que usa e abusa e totalmente desvirtuado do verdadeiro propósito de Deus ao criá-lo e dá-lo de presente à humanidade. Se optarmos pela leitura, muito difícil será escolher alguma obra literária que não exponha de forma bem romancizada o relacionamento erótico entre os seres humanos sem que nos ofenda e nos permita ir até o final da leitura de maneira prazeirosa. E a internet, hein? “Santa” internet que, pra alguns, possibilita acesso ilimitado (e ilimitado mesmo!!!) às satisfações sexuais mais baixas do ser humano ou apenas uma “alternativa menos pecadora” para se manter em castidade (no caso daqueles que acreditam que esse é o propósito de Deus para os solteiros e casais não casados). Para outros, é o verdadeiro “inferno” – motivo das maiores lutas e conflitos entre a carne e o Espírito.
No segundo clipe, Bruno Mars canta suas mágoas e desilusões amorosas ilustradas por cenas em que ele e sua “parceira” “fazem amor” não de forma explícita (como se isso fosse necessário para a compreensão da mensagem que ele queria passar...). Olha que interessante o que o Pr. Alejandro Bullón escreve acerca da erotização da nossa atual sociedade:
Nossa geração perdeu o sentido de sua própria natureza. Vive quase em função do prazer físico. Gasta, anualmente, a fabulosa soma de 13 bilhões de dólares com pornografia, só nos Estados Unidos. É difícil acessar o computador sem que apareça uma chamada para a pornografia. Escreve-se, compõe-se e se produz tendo, inúmeras vezes, o sexo como tema central. Quase não se encontra uma propaganda que não apele ao sexo para vender o seu produto. O ser humano iniciou uma corrida desenfreada na busca do sentido para sua vida sexual. Nada o satisfaz. Nessa busca louca, muitas vezes, cai na perversão e na depravação. Tudo porque desconhece a essência de seu próprio ser.3
E olha que o Pr. Bullón escreveu esse livro há cerca de 5 anos. Imagina essa estatística de 13 bi de dólares atualizada!!! O quanto já não aumentou a receita da indústria pornográfica norte-americana, hein?! E aí você deve estar se perguntando como eu também me perguntei: o que fazer diante disso tudo? Como guardar meus princípios cristãos de pureza e santidade? É possível? A resposta é confortadora. CLARO QUE SIM!!! O Homem segundo o coração de Deus dá a dica:
Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a Tua palavra. Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos Teus mandamentos. Guardei no coração a Tua palavra para não pecar contra Ti. (Salmo 119: 9-11, versão Nova Versão Internacional – NVI)
Ahhh, Bruno!!! Falar é fácil, pow! E na hora que o bicho tá pegando??!! O que fazer??? As influências são enormes... Concordo em gênero, número, grau, modo, tempo... Mas também concordo com o conselho de Paulo a Timóteo. Aliás, não só concordo, como busco viver esse conselho diariamente.
Fuja dos desejos malignos da juventude e siga a justiça, a fé, o amor e a paz, com aqueles que, de coração puro, invocam o Senhor. (II Timóteo 2:22, NVI)
E isso pode começar com pequenas atitudes que certamente farão a diferença. Por exemplo, quando estiver numa roda de amigos e surgirem piadinhas, casinhos ou assuntos com conotação sexual, lembre-se dessas palavras:
Mas agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar. (Colossenses 3:8, NVI, grifo meu)
Infelizmente, mesmo entre amigos cristãos isso acontece (e muito!!!). Não seja conivente, mas exorte com amor. Tenha em mente o ensinamento paulino:
Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual como também de nenhuma espécie de impureza e de cobiça; pois essas coisas não são próprias para os santos. Não haja obscenidade, nem conversas tolas, nem gracejos imorais, que são inconvenientes, mas, ao invés disso, ações de graças. (Efésios 5: 3 e 4, NVI, grifo meu)
Se resistirmos e fizermos a nossa parte, nós seremos bem-sucedidos. Não se permita deixar levar por um código de conduta imoral e abominável ao Senhor Deus que é Santo. Difícil é (e muito!!!), mas nada nas mãos d’Ele é impossível, pois Ele ultrapassou o âmbito de aplicação do próprio conceito de impossibilidade. Deus é Deus e não homem como nós (Aleluia!!!).
Lembre-se: Essa é uma batalha vencível. Mas é uma batalha... E diária!

NOTAS
1 TURNAU, Ted. Astutos como serpentes: como lidar com a cultura pop. Disponível em http://iprodigo.com/traducoes/astutos-como-serpentes-como-lidar-com-a-cultura-pop.html. Acesso em 13 mar. 2012.
2 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977. 1. ed.
3 BULLÓN, Alejandro. Sinais de esperança. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2008, pp. 68-69.

#TamuJuntu e #pracimadele
Forte [ ]
Bruno Ribeiro
@janasequev

Nenhum comentário:

Postar um comentário