Eu parei pra escrever hoje
pensando em mil coisas. Sabe aquele dia que o sol nasceu e você pensou “Minha única
esperança é que o dia vai anoitecer”? Pois é... Estamos assim, então.
É extraordinário ter o amor de
Deus em nós, passar a notar as pessoas ao nosso redor, transmitir através do
nosso olhar, palavras e atitudes, um carinho que só através de Jesus podemos
sentir. Mas seguir a Cristo traz em nosso encalço acusadores – e acusadores
estão sempre com pedras nas mãos.
A culpa é de Cristo? Não. A culpa
é dessa natureza que se arrasta conosco, natureza pecadora que em nada nos
ajuda a ficar mais perto de Jesus. Você para e observa quem você é, e então conclui
que em nada é merecedor do amor de Jesus.
No entanto, você faz como eu:
abre a bíblia em João 8 e se emociona pela primeira vez com um dos textos mais
lidos da Bíblia: “A mulher adúltera”.
Era uma manhã bonita, ensolarada,
e Jesus tinha acabado de voltar do monte das Oliveiras – presumo que tenha
passado a madrugada falando com o Pai. Ele se assentou entre a multidão e
começou a ensinar até ser calado pelo alvoroço.
Você já ouviu esse barulho: mãos
te segurando pelo braço, alguns gritando o seu nome, outros citando todos os
teus pecados, outros rindo e apontando o dedo pra você, outros com o olhar de
satisfação porque era exatamente isso que devia acontecer. Você prestes a ser
morto pelas pedras do teu pecado.
Parece que o mundo está acabando
pra você nesse momento, você é lançado com o rosto no pó e quando cria coragem
para levantar um pouco o rosto e tentar encontrar em meio a tantas pessoas
alguém que te estenda a mão, você O encontra sentado, escrevendo na areia.
Ele sabia que você chegaria
diante Dele desse jeito. Ele comentou com o Pai durante a madrugada que passou
em oração. Ele não se surpreendeu. Ele
escreve qualquer coisa na areia enquanto se lembra do quanto te elogiou para o
Pai na madrugada. Ele pode ouvir os seus pensamentos e os pensamentos de todos
os que te acusam. O mundo para quando você o vê esboçar um sorriso com a cabeça
baixa.
Mas aí você sente um empurrão e
seu rosto novamente é esfregado no pó, você pode sentir os pés deles do seu
lado, esperando só um aval para destruírem você. Não é depois do arrependimento
que entendemos não merecer nada que venha Dele? Você aceita, simplesmente, e
espera a morte.
Então você ouve a voz que acalmou
o mar acalmar o seu coração, a voz que ressuscitou o morto ressuscitar a tua
esperança, a voz que pediu ao Pai que perdoasse os seus inimigos e que se
compadeceu de todos eles. Você estava prestes a ouvir a sua sentença, e então
você ouve:
“Onde estão os teus acusadores?”
e o silêncio faz eco da voz Dele.
Você levanta arrumando as vestes,
tirando a poeira dos cabelos, olhando em volta porque ainda parece que a
qualquer momento uma pedra lhe atingirá a cabeça. E Ele está lá, te olhando com
o maior amor do mundo.
Aquela mulher se recompôs e saiu
depois de ouvir que Cristo não tinha acusações contra ela. Mas você pode correr
em direção ao Cristo e se jogar em braços, porque é só nesse abraço que estamos
seguro das pedras dos acusadores.
Até quarta, gente! Se Deus quiser!
May Freire
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