quarta-feira, 4 de junho de 2014

Pedras


Eu parei pra escrever hoje pensando em mil coisas. Sabe aquele dia que o sol nasceu e você pensou “Minha única esperança é que o dia vai anoitecer”? Pois é...  Estamos assim, então.
É extraordinário ter o amor de Deus em nós, passar a notar as pessoas ao nosso redor, transmitir através do nosso olhar, palavras e atitudes, um carinho que só através de Jesus podemos sentir. Mas seguir a Cristo traz em nosso encalço acusadores – e acusadores estão sempre com pedras nas mãos.
A culpa é de Cristo? Não. A culpa é dessa natureza que se arrasta conosco, natureza pecadora que em nada nos ajuda a ficar mais perto de Jesus. Você para e observa quem você é, e então conclui que em nada é merecedor do amor de Jesus.
No entanto, você faz como eu: abre a bíblia em João 8 e se emociona pela primeira vez com um dos textos mais lidos da Bíblia: “A mulher adúltera”.
Era uma manhã bonita, ensolarada, e Jesus tinha acabado de voltar do monte das Oliveiras – presumo que tenha passado a madrugada falando com o Pai. Ele se assentou entre a multidão e começou a ensinar até ser calado pelo alvoroço.

Você já ouviu esse barulho: mãos te segurando pelo braço, alguns gritando o seu nome, outros citando todos os teus pecados, outros rindo e apontando o dedo pra você, outros com o olhar de satisfação porque era exatamente isso que devia acontecer. Você prestes a ser morto pelas pedras do teu pecado.
Parece que o mundo está acabando pra você nesse momento, você é lançado com o rosto no pó e quando cria coragem para levantar um pouco o rosto e tentar encontrar em meio a tantas pessoas alguém que te estenda a mão, você O encontra sentado, escrevendo na areia.

Ele sabia que você chegaria diante Dele desse jeito. Ele comentou com o Pai durante a madrugada que passou em oração.  Ele não se surpreendeu. Ele escreve qualquer coisa na areia enquanto se lembra do quanto te elogiou para o Pai na madrugada. Ele pode ouvir os seus pensamentos e os pensamentos de todos os que te acusam. O mundo para quando você o vê esboçar um sorriso com a cabeça baixa.
Mas aí você sente um empurrão e seu rosto novamente é esfregado no pó, você pode sentir os pés deles do seu lado, esperando só um aval para destruírem você. Não é depois do arrependimento que entendemos não merecer nada que venha Dele? Você aceita, simplesmente, e espera a morte.
Então você ouve a voz que acalmou o mar acalmar o seu coração, a voz que ressuscitou o morto ressuscitar a tua esperança, a voz que pediu ao Pai que perdoasse os seus inimigos e que se compadeceu de todos eles. Você estava prestes a ouvir a sua sentença, e então você ouve:

“Onde estão os teus acusadores?” e o silêncio faz eco da voz Dele.

Você levanta arrumando as vestes, tirando a poeira dos cabelos, olhando em volta porque ainda parece que a qualquer momento uma pedra lhe atingirá a cabeça. E Ele está lá, te olhando com o maior amor do mundo.

Aquela mulher se recompôs e saiu depois de ouvir que Cristo não tinha acusações contra ela. Mas você pode correr em direção ao Cristo e se jogar em braços, porque é só nesse abraço que estamos seguro das pedras dos acusadores. 


Até quarta, gente! Se Deus quiser!
May Freire

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