Você não lembra, mas
braços cautelosos te seguraram durante meses até que você conseguisse ter mais
firmeza para se sustentar. Você também não lembra, mas qualquer coisinha mais
colorida ou barulhenta atraía a sua atenção mais do que qualquer coisa. Você não
lembra, mas foi alimentado por mãos cuidadosas e olhos atentos a qualquer
perigo que pudesse te rodear.
Você consegue lembrar
qual foi a primeira palavra que você disse? E no que pensou enquanto dizia?
Acho que é mais fácil se lembrar da primeira palavra que você escreveu, né?
Talvez não.
Difícil pensar na
nossa infância nos lembrando dos detalhes, mas temos certeza de que tinha
alguém ali atento a todos os nossos passos. Não foi assim quando aceitamos a
Cristo?
Fomos bebês
alimentados e carregados por ele, cercados de cuidados e olhares nos mostrando
como andar, como pegar, como se comportar, como orar, como abrir a Bíblia e
saber usá-la melhor que um dicionário.
O alimento foi
ficando mais forte, mais sólido, e já não sentíamos mais aquelas mãos o tempo
inteiro nas nossas costas nos segurando como bebês.
Pra você que cresceu,
talvez você esteja como eu: se sentindo como um filho sentindo aquele tapinha
nas costas do seu pai na porta do colégio seguido de um “Agora é com você,
filho”.
Quando o plano da
cruz foi traçado antes da fundação do mundo, nunca esteve nos planos de Cristo
fazer de mim e de você meras marionetes bitoladas repetindo salmos e cantando
hipocrisia aos quatro ventos. O plano dele era acompanhar o nosso crescimento.
Conviver conosco durante toda a nossa infância, nos ensinar a viver, mas nunca
nos prender, nos aprisionar como pássaros. Não.
Quando crescemos, não há como nos
esquecer de quem nos trouxe até aqui, mas Ele nos dá a chance de mostrar que
não esqueceremos.
Não é hora de recorrer
a líderes, pastores e discipuladores. Aprendemos com Cristo como viver e é hora
de vivermos tudo isso. Colocar a nossa mochila nas costas e peregrinar. Não somos mais as crianças que são atraídas
por cores mais vibrantes ou barulhos diferentes.
Não somos mais as crianças que
se encantam com qualquer ensinamento, que não consulta as escrituras, que
espera o amiguinho chegar para orar junto. Não somos mais as crianças que
precisam de olhares atenciosos sobre elas o tempo inteiro, não somos mais os bebês
que não saem do colo, não somos mais os que temem o terror noturno e os que são
assolados pelo medo diariamente.
Para nós que
crescemos, tudo mudou.
Pecávamos porque o
pecado nos satisfazia. Hoje conhecemos quem é melhor e mais desejável do que
nossa própria vida, e já não lutamos contra os terrores e fantasmas da
infância, mas contra as astutas dos nossos desejos que entram na ponta do pé por
algo aparentemente inocente e, de repente, pode nos tomar por inteiro.
Agora precisamos
treinar nosso reflexo, nossos ouvidos, nossas mentes. Precisamos ser ágeis e
calmos como Cristo foi conosco. Precisamos deixar que Ele esteja vivo em nós,
cada dia mais vivo, mais intenso.
Quando éramos
crianças, talvez não notássemos Cristo nas ruas. Mas somos adultos, meu caro,
olhe ao seu redor: Ele está em todos os lugares.
“Pois eu tive fome, e
vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro,
e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive
enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram'.”
(Mateus
25:35 e 36)
Até quarta, gente! Se Deus quiser.
May Freire
Até quarta, gente! Se Deus quiser.
May Freire
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