Vou compartilhar com vcs mais um texto de um blog chamado 1.UM que eu curto de montão os textos dela. Dá uma passada por lá.... mas depois voltem para o Projeto Defunto. rs
Fui com uma amiga comprar material escolar para o filho dela. As
aulas começaram e aquela rotina de cadernos, canetas e borrachas novas
voltou à minha lembrança numa questão de segundos. Sabe a lista de
materiais, as etiquetas com seu nomes? Lembra daquele cheiro de papel
novo? Foi quase nostalgico pra mim.
Porque no fim das contas nós somos isso, né? Nascemos, crescemos,
vamos à escola, à faculdade, ao trabalho, à reunião, ao curso, à igreja,
aos objetivos, aos compromissos, e estamos sempre levando coisas
conosco. Alguns anos levamos a vida em lancheiras, outros tempos em
maletas, em bolsas, hoje em iPads e em celulares cada vez menores, mas
estamos sempre com nossas cargas, com uma lista de materiais nas mãos
analisando o que precisamos levar, o que queremos, o que etiquetamos com
nosso nome e o que encapamos com contact pro tempo não gastar…
Ok, o momento foi saudosista, foi romântico. Mas eu lembrei que
quando eu era pequena a mochila pesava no meu ombro. E pra ser bem
sincera, eu não gostava nem um pouco da escola.
Eu odiava matemática, eu
tinha frio na barriga no primeiro dia de aula, eu não era boa aluna e
eu nunca gostei de usar uniforme.
Aquele momento orquestral que por um milésimo de segundo pareceu
bonito, começou a se transformar numa realidade apressada dentro da
papelaria. Minhas coisas não estão mais dentro de lancheiras, ou
mochilas pesadas, mas a minha vida que hoje cabe dentro de um celular me
chama desesperada e igualmente desconfortável em ligações, prazos,
mensagens, compromissos, alarmes, reuniões, emails, e toda essa carga
que também atende pelo nome de
rotina/ansiedade/sonho/expectativa/desejo/medo acaba se tornando, mais
uma vez, uma mochila pesada demais para o meu ombro. Não é assim com
você?
Bom, um dia alguém escreveu uma carta para os hebreus, e nessa carta o
autor falando de Jesus, diz “tudo sujeitaste debaixo dos seus pés”. O
que ele quer dizer com isso? E o que ele quer dizer com “tudo”?
Ele quer dizer que todas as coisas, as que vemos, as que não vemos, as que não conhecemos ou imaginamos, as coisas que esperamos, que preparamos, os problemas que pensamos na hora do banho, os assuntos que mudam nosso batimento cardíaco, tudo isso está sujeito à Jesus. De uma forma misteriosa e intrigante Ele conseguiu reunir todas essas pequenas e grandes coisas, todos esses impossíveis e todos esses detalhes que compõem nossa vida, e simplesmente as sujeitou a ele mesmo. Ele disse “É isso, pessoal, coisas, sentimentos e intenções. Todos vocês, venham pra cá. Vocês estão sujeitos à mim”.
Parece gratificante saber disso. Afinal, é bom saber que alguém
conhece nossos dias difíceis. Mas vamos ser sinceros: o fato de Deus
conhecer seus problemas e sondar o seu interior e o interior da sua
mochila, nem sempre alivia o peso dela, certo?
É aí que entra o ensinamento mais básico que existe. O primeiro
ensinamento que Deus dá ao homem, que as professoras dão aos alunos no
primeiro dia de aula e os pais ensinam aos filhos quando compram
materiais novos para eles: “Meu filho, essas coisas são suas. Cuide bem
delas para que durem o ano todo. Para você não perder, para não
estragar, para não amassar. Não empreste pra qualquer um, escreva seu
nome nelas, aprenda a guardá-las. Este é o seu material. É o que você
tem para esse ano.”
Em outras palavras, é como se Deus falasse o seguinte:
“Você tem uma lista de expectativas e planos? Você tem uma mochila
cheia de rascunhos, sonhos, desesperos e tentativas? O nome escrito nas
etiquetas é o seu, certo? A letra e os desenhos escritos nisso tudo são
seus, certo? Esses são assuntos que têm a ver com a sua vida, suas
escolhas e projetos, certo? Então já que têm o seu nome, por que você
não cuida bem deles? Se é o seu material, por que você empresta para
pessoas que não têm nada a ver com isso, ao invés de trabalhar com eles?
Se têm o seu nome, por que tantas vezes você esquece e perde por aí?”
“Tudo sujeitaste debaixo dos seus pés”. O que isso quer dizer?
Quer dizer que existe alguém acima de todas as coisas, inclusive
acima das coisas pelas quais você se sujeita muitas vezes, e que esse
alguém sabe o que fazer com tudo isso. Com essa carga. Ele sabe como
usar esses esquadros, essas ráguas, ele dá conta das histórias que têm
nesses livros, Ele sujeitou tudo! Significa que o peso da mochila pode
detonar o seu ombro, mas existe alguém acima e maior do que a mochila,
do fardo e do ombro, e essa pessoa decide e determina o que quiser,
simplesmente porque essas coisas estão todas sujeitas à ele. Não há
porque ter frio na barriga.
Mas então qual é o segredo?
O segredo é você começar a entender que se o seu nome está etiquetado
no seu material, então você é responsável por ele. O segredo é cuidar
do que é seu porque esse ano você vai aprender coisas novas. O segredo é
não esquecer as coisas pelo caminho. O segredo é amar o seu material e o
cheiro da borracha nova. O segredo é curtir sem medo a folha limpa e o
lápis bem apontado. O segredo é saber que não há melhor jeito de
preservar a sua vida do que sujeitá-la à quem tem a moral para cuidar
dela. O segredo é dividir o fardo com quem entende dessa matéria. É
andar com alguém que sabe tudo, e quer te ensinar tudo.
Responda uma coisa pra você mesmo: quando foi a última vez que você
sujeitou todas as suas coisas à Jesus? Quando foi a última vez que a sua
dor serviu à Deus? Quando foi a última vez que você perdeu o sono e
decidiu que até a sua insônia serviria a Deus? Quando foi que você
resolveu que as suas melhores e piores coisas passariam pela sujeição de
alguém maior que você, maior que seus motivos e sentimentos, maior que o
previsível, maior que o óbvio?
Quando foi a última vez que você tirou a mochila das costas e disse
“mochila, é o seguinte: você está bem pesada, mas pelo o que estou
vendo, todas essas coisas são minhas, então já que eu mando nisso tudo,
eu vou dizer quem se sujeita à quem. Você está sujeita à algo muito
maior que você e do que eu!”
Um dia me perguntaram: “E aí, ficou com vergonha de falar em
público?” E eu respondi “Fiquei. Mas até a vergonha se sujeitou à Deus”.
Foi como se alguém perguntasse “E aí, deu conta de toda carga? E eu
respondesse: “Não dei não, mas resolvi que alguém mais forte ia me
ajudar”.
Então que hoje você se sinta um bom aluno. Não porque sabe tudo, mas
porque tem materiais com seu nome, prontos para serem usados da melhor
forma. Que hoje você se sinta pronto. Não porque é o maioral da turma,
mas porque as suas cargas, sejam elas quais forem, estão todas sujeitas
ao que é maior do que tudo, e por isso mesmo, você não precisa ter medo
das provas. Talvez, a história da sua vida, e todo aprendizado, comecem
agora. Que hoje você sinta o cheiro das borrachas e dos lápis novos.
Luciana Elaiuy
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