quinta-feira, 14 de novembro de 2013

PREPARANDO O SOLO

Preparando o solo
“Eis que o semeador saiu a semear…”
(Mateus 13:3b)




Meu avô paterno faleceu ano passado, vivi poucos anos com ele porque ele morava em Pernambuco – e lá em meados do ano 2000, morei alguns anos lá. Ele tinha um sítio, onde saía todos os dias para cuidar do que havia plantado, além do gado e das galinhas e dos cavalos e bichos que ainda hoje me dão medo.


O que sempre me chamou atenção era o cuidado que ele tinha com a terra antes de semear. Ele plantava feijão, milho, batata doce e mandioca. Era um processo muito rápido o de jogar as sementes, mas o preparo da terra era muito chato. Ele vivia resmungando pela casa que os trabalhadores não faziam certo, que ainda tinha mato, pedras e bichos que iriam atrapalhar as sementes. Ele se irritava, gritava pela casa comigo, com minhas tias e minha avó. Era engraçado vê-lo com as botas de salto, pisando duro, cuspindo no quintal e remexendo a espingarda como se quisesse matar alguém.

Quando li a parábola do semeador, entendi algumas coisas que foram muito importantes pra mim. Já ouvi pregações sobre os vários lugares onde as sementes caíram, mas nunca sobre o solo que fora preparado antes do semeador sair com suas sementes para jogar na terra.

Antes de lançar as sementes, o agricultor precisa trabalhar a terra, revolver a terra e remover pedras, arrancar tocos, plantas de raízes fortes e profundas que irão prejudicar o crescimento da plantação.

O mesmo acontece conosco: precisamos trabalhar o nosso coração, revolver a terra, remover as pedras, arrancar tocos e plantas de raízes fortes e profundas antes que o semeador jogue suas sementes. Mas como fazer isso quando somos fracos, pecadores e, muitas vezes, omitimos nosso passado diante de Deus como se Ele não soubesse de nada?

É difícil mexer no passado, mexer em coisas que temos vergonha de lembrar, vergonha de confessar. Preferimos frequentar a igreja, orar, louvar e buscar a Deus fingindo que nada aconteceu simplesmente porque não temos coragem de sermos sinceros e confessarmos o que tanto nos incomoda.

A confissão é para a nossa alma o mesmo que é para a terra a sua preparação para o plantio. Quando confessamos nossas fraquezas e pecados diante de Deus, estamos dizendo: “Senhor, percorra todo esse solo e me ajude a retirar tudo o que irá atrapalhar o desenvolvimento da semente que o Senhor quer plantar em meu coração”.

Precisamos aprender a chegar diante de Deus e sermos sinceros, olhar todo o terreno e falar: “Senhor, tá vendo aquela pedra de promiscuidade ali? Eu não consigo tirar, me ajuda? Tá vendo aquela planta alta e forte ali? É a planta do egoísmo, me ajude a arrancá-la. Aquela árvore da culpa e do medo tem raízes profundas e muitos espinhos, me ajude e tirá-la? Ali há alguns metros, tem uma boa parte de terra seca que não consigo revolver, me ajude também”.

Só aí Jesus irá percorrer todo o solo com seus instrumentos de trabalho e irá revolver a terra, capinar, remover o que não presta e preparar o solo para a semente. Ele irá preparar o Seu coração para a Sua santa Palavra. Ele irá preparar o seu coração para o fruto.

Quando você confessa diante de Deus, você busca perdão. Você admite o erro. Você admite sua pequenez. Você pede ajuda. Você deixa Ele te ajudar a cuidar da terra.

Você tem sentido que as sementes não germinam em seu coração, te faço um pergunta:
Você tem ocultado segredos de Deus? O que saiu dos limites na sua vida? Você tem escondido assuntos em gavetas fechadas com chave? Existe alguma parte do seu passado ou presente que você espera nunca discutir com Deus?

A confissão diante de Deus é para a alma o mesmo que o preparo é para a terra.

Que o Espírito te convença a se aproximar de Cristo na mais profunda sinceridade e confissão, para que a semente da Palavra seja plantada em um solo fértil e bem preparado, para que germine e dê frutos para o Reino de Cristo.

Até quinta, gente!

May Freire





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