quinta-feira, 17 de outubro de 2013

OLHEI NOS OLHOS DA FERIDA E FIZ CARA DE CURA




Escribas e fariseus foram pedir da parte de Cristo um sinal. Um sinal de que Ele era o Messias. Mas Jesus surpreendeu quando respondeu:

- Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas, pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. (Mateus 12: 38 ao 40)


Quando Jesus se fez carne e habitou entre nós, realizou muitos milagres. Milagres que nem o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. (João 21:25) 



Ele realizou milagres para mostrar que era o Filho do Deus vivo, o Messias a quem todos esperavam. Jesus não realizava milagres para que alguém o seguisse, para que alguém o aceitasse. Porque o maior sinal que precisamos para seguir Cristo nunca foi e nem será os milagres que Ele realizou.


Eu cometi o erro que muitas pessoas cometem desde que Cristo dividiu a história ao meio, e que continuarão cometendo. Eu colocava condições para Deus: o Senhor me dá isso, e eu faço isso. O Senhor me cura, e eu te sigo pra sempre. O Senhor me alegra, e eu evangelizo. 


Sabe quando o Senhor cumpriu um desses acordos que eu propus? Nunca.

O antigo testamento é a prova de que o ser humano é incapaz de cumprir um acordo com Deus. E as pessoas insistem nesse relacionamento condicional, como se o sinal que nós precisamos para seguir Cristo é um carro zero, uma cura, um casamento, o mar se abrindo ao meio, a água saindo da pedra, o maná do céu.


É muito comum encontrarmos pessoas na igreja que mais valorizam as histórias de Jacó, Salomão, José, Daniel e outros, do que a história de Cristo. Cristo é mais que Salomão. Cristo é mais que Jacó. Cristo é mais que José. Cristo é mais que você. Cristo é mais que a sua dor. Cristo é mais que tudo. 


“Eu agrado Ele, Ele me abençoa. É um ciclo.” Foi esse ciclo que me enclausurou num evangelho mentiroso e ativista. 


Eu carreguei por anos um trauma, uma ferida que não sarava nunca. Cheguei ao ponto de culpar a Deus e todas as obras que Ele deveria ter feito por mim simplesmente porque era o sinal que eu precisava para acreditar que Ele me amou, que Ele me ama e continuará me amando.


Passei quatro longos anos pensando “Eu mereço um sinal. Mereço uma benção extraordinária para acreditar que enquanto essa ferida se formava, Ele estava comigo. Porque, sinceramente, não O sinto desde aquele dia.”


Passei quatro longos anos ouvindo blá blá blá durante os cultos, cantando blá blá blá, ministrando blá blá blá. Eu servia a mim mesma. Servia a mim e a minha ferida. Evitava olhar para a ferida e me permitir a cura, ao contrário, eu me feria mais ainda declarando o abandono completo de Deus por mim.


Finalmente, permiti que Deus me mostrasse o tão esperado sinal. É lógico que eu esperava o que a maioria dos cristãos espera: um milagre extraordinário para que eu o seguisse pra sempre. Mas eu encontrei algo muito maior.


Ele segurou minha mão e me levou até o local da crucificação. Lá eu O vi crucificado, ensanguentado, desfigurado. Os braços estavam abertos, as mãos pregadas. Eu já tinha visto aquela cena outras mil vezes. Foi aí que Ele soltou a minha mão, e a cruz ficou vazia. Não havia ninguém lá. 


Agora Ele estava ao meu lado, com os braços abertos. Passados mais de dois mil anos, e os braços Dele continuam abertos. 


Quem precisa de milagres quando se tem o Cristo de braços abertos pra você?

Quem precisa de respostas quando se tem o Cristo de braços abertos pra você?

Como eu fui cega ao ponto de não entender que a ressurreição de Cristo sempre foi o suficiente para que eu O seguisse? Para que Ele me curasse?


Não são os milagres, os feitos extraordinários que me trazem para perto de Cristo. É a ressurreição, a Sua morte que me trouxe a vida. 


Quando Cristo te faz entender que a Sua morte e ressurreição é maior que qualquer outra coisa, podemos olhar nos olhos do problema e fazer cara de solução. Olhar nos olhos da ferida e fazer cara de cura.


Pois o entendimento de que Cristo é o Messias e sua história é maior que qualquer outra história nos traz a cura, o perdão, o arrependimento e o Seu amor que lança fora o medo e nos faz outra pessoa.


Eu precisei de muitos anos pra entender o real propósito e motivo de seguir a Cristo, e ainda estou aprendendo a cada dia, e quero continuar prosseguindo nesse conhecimento. 


Não tenho noção do tamanho de Cristo, o que eu sei é que Ele pode resolver qualquer coisa, porque crer em Cristo é orar sem olhar para a situação. É encarar o seu trauma, encarar a sua dor, olhar o capeta nos olhos e deixar que ele veja Cristo em você.


O capeta me olhou nos olhos durante anos e enxergou a Mayara traumatizada, medrosa e frágil. Ele voltou a me olhar nos olhos essa semana e enxergou Cristo e nada mais. 


Se ele te olhar nos olhos hoje, quem ele vai enxergar? Cristo ou você e todos os seus medos e traumas e melecas?


Deixe Cristo morrer e ressuscitar por você! Deixe que Ele leve as suas dores no calvário e permita a cura e o amor e a graça e o perdão e o arrependimento invadir seu coração e te trazer uma vida nova e completamente diferente.

Deixe Cristo te curar como curou a mim.


“A morte me olhou nos olhos e eu fiz cara de ressurreição.” (Ed René Kivitz)



Até quinta, meu povo!                                                                

May Freire

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